sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Veg-ano novo, vida nova



Era o primeiro Natal vegano de Carol e ela estava muito feliz. Porém, como todo vegano-ativista, preocupava-se em difundir a idéia de se comemorar o Natal com uma refeição que não tivesse animais mortos. Pesquisou na internet e descobriu que são consumidos, aproximadamente, 250 milhões de perus na Europa e 17 milhões no Reino Unido. Nos Estados Unidos, no Dia de Ação de Graças, há indicações de que são consumidos de 40 a 90 milhões de perus. No Brasil, considerado o terceiro maior produtor de perus do mundo, atrás dos Estados Unidos e União Européia, o grande produtor é o Paraná que em 2008 produziu 11,6 mil toneladas de aves especiais, só para as festas de final de ano. Isso tudo sem contar os chesters, frangos defumados, patos, tenders, leitões, cordeiros, cabritos, peixes, etc.

É a celebração do início de uma "nova vida" com uma refeição feita à custa do extermínio de uma "vida inocente".

Carol bem que insistiu, tentou falar com seus pais, irmãos, parentes e amigos que estavam reunidos para a ceia. Alguns mostraram interesse pelo assunto e fizeram perguntas. Outros, fizeram de conta que não era com eles. No final, a única ceia vegana foi a dela. Paciência, pensou. Não se pode ganhar todas as batalhas. O importante é não desistir de lutar.

Passou a semana e chegou a despedida do ano. Novos preparativos, novas comemorações. Infelizmente, mais animais mortos. Hora de se fazer o balanço, de lembrar o que de bom aconteceu, de apagar o que precisa ser apagado, de melhorar o que precisa ser melhorado. Hora de se fazer planos para o novo ano que começa. E Carol estava repleta de planos! Afinal, o veganismo, além de todos os benefícios que traz à saúde, ao meio-ambiente e aos animais, dá, aos seguidores de sua filosofia, um vigor, uma energia moral que faz com que o vegano esteja sempre disposto a melhorar-se e melhorar o que está ao seu redor.

Por um momento, Carol parou e começou a observar as pessoas a sua volta. Viu como todas estavam felizes e esperançosas em relação ao novo ano. Lembrou-se que muitas pessoas não gostam dessa época porque acham que as festas são feitas de hipocrisia, fingimento e sorrisos forçados. Ela, contudo, refletiu sobre isso e teve uma perspectiva diferente. Será que, ao contrário do que dizem, não seria essa uma época em que as pessoas são mais verdadeiras, mais autênticas? Época em que elas se dedicam a fazer o melhor para agradar os familiares, os amigos e, por que não, agradar a si mesmas. Que bom seria se esse "espírito" tomasse conta de todos, em todos os meses do ano.

É uma pena que a grande maioria das pessoas ainda não conheça os preceitos do veganismo. Se os conhecessem, com certeza, teria a força interior necessária para impulsioná-la a realizar aquilo a que se propõe, a atingir seus fins ou desejos, teria ânimo, determinação e firmeza para alcançar seus ideais. Os princípios do veganismo, se ainda não são bem compreendidos, com certeza são socialmente aceitos e só trazem benefícios a todos.
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Não deixe de ler Yes Vegan (como Carol se tornou vegana)

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