Neste último feriado (carnaval) estava com amigos e parentes em um sítio. Formávamos um grupo de 18 pessoas que passaram juntas 4 dias, longe do confete e da serpentina. Durante esse período, pude observar como é interessante o convívio de pessoas que tem hábitos diferentes. As discrepâncias são muitas, surgem nos pequenos detalhes. São gostos, preferências, idéias que se chocam. Ainda bem que o homem é um "animal sociável".
Das dezoito, o único vegano era eu. Havia, também, um vegetariano. O restante era onívoro. Como sempre, tive de desfiar as inúmeras razões que me fizeram tornar vegano. Todos os veganos e vegetarianos sabem como é isso: qualquer reunião que aconteça, seja Natal, festa de aniversário, Páscoa ou, simplesmente, um fim-de-semana no sítio, temos de nos "justificar" porque deixamos de comer carne. Há, mais ou menos, seis anos sou vegetariano e toda vez é a mesma coisa. Os "carnívoros" não se conformam. E sabemos porque: eles não querem admitir que estamos certos. E, com isso, admitir que estão errados. Afinal, são tantas as vantagens que uma dieta vegetariana traz que só quem é ruim da cabeça ou doente do pé não adere a ela.
Dentre os muitos argumentos que foram utilizados pelos "contestadores", tem um sobre o qual quero escrever. Eu falava sobre a semelhança entre os animais. Disse que um porco não diferia de um cão ou mesmo de um gato. E usei aquela famosa indagação: "Se amamos uns, porque comemos outros"? A resposta foi: "Não como cão porque não faz parte da nossa cultura comê-lo. Se fosse, não teria nenhum problema em comer".
Já escrevi, em outras oportunidades, que, para mim, um dos grandes problemas em se aceitar o veganismo funda-se na questão de valores. Valores tem relação com tradição e cultura. Consultei o Houaiss e encontrei essas acepções que se enquadram aqui:
Como vemos, as tradições fazem parte da cultura de um povo. Penso que é muito importante que essas tradições sejam lembradas para que se preserve a história e possamos entender a origem e evolução do homem. Mas, isso não quer dizer que elas (tradições) não possam ser questionadas, re-avaliadas, re-pensadas, segundo a visão moderna. Hoje, o acesso à informação é muito maior e mais rápido. Já se sabe que uma alimentação vegetariana/vegana é saudável e suficiente para suprir as necessidades fisiológicas do ser humano. Já são conhecidos, e muito difundidos, os maus tratos que são infligidos aos animais nos matadouros, nas granjas, nas fazendas leiteira, de produção de carne e de pele. Então, por que fechar os olhos a essa cruel realidade que os animais vivem e insistir num hábito (comer carne) que torna o homem o mais selvagem dos animais?
Há várias campanhas do PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) bem difundidas no meio veg(etari)ano, e bem inteligentes, por sinal, que discutem essa questão das "tradições". Antigamente, era tradição apedrejar (até a morte) mulheres "pecadoras" em praça pública, queimar bruxas em fogueiras, resolver diferenças em duelos, possuir escravos. Todas elas foram superadas porque, felizmente, o bom senso prevaleceu. Por que esse mesmo senso não é capaz de perceber o quão errado está, quando estima a valia dos animais?
Li, recentemente, uma frase de Claude Pasquini, que diz, em poucas palavras, o que estou querendo dizer aqui:
Estima-se que o gênero Homo tenha entre 1,5 e 2,5 milhões de anos de existência. Desde então, muita coisa mudou. Suas ancas ficaram mais estreitas, o sistema sudoríparo desenvolveu-se, as pernas mais compridas que os braços, a pilosidade reduziu, presença de branco nos olhos, o cérebro aumentou. A inteligência do homem superou (e supera) todos os limites. Filósofos, matemáticos e cientistas enaltecem a espécie humana. Sobre valores, ética e moral foram escritos vários compêndios e tratados. Contudo, há, ainda, uma semelhança que persiste entre os dois extremos (o selvagem e o civilizado): ambos continuam com pedaços de carne entre os dentes.
Para tornar os meus argumentos mais sólidos, postei, abaixo, um vídeo que contém frases/pensamentos de personalidades reconhecidas pelas atividades que desenvolveram. Assistam e reflitam.
Das dezoito, o único vegano era eu. Havia, também, um vegetariano. O restante era onívoro. Como sempre, tive de desfiar as inúmeras razões que me fizeram tornar vegano. Todos os veganos e vegetarianos sabem como é isso: qualquer reunião que aconteça, seja Natal, festa de aniversário, Páscoa ou, simplesmente, um fim-de-semana no sítio, temos de nos "justificar" porque deixamos de comer carne. Há, mais ou menos, seis anos sou vegetariano e toda vez é a mesma coisa. Os "carnívoros" não se conformam. E sabemos porque: eles não querem admitir que estamos certos. E, com isso, admitir que estão errados. Afinal, são tantas as vantagens que uma dieta vegetariana traz que só quem é ruim da cabeça ou doente do pé não adere a ela.
Dentre os muitos argumentos que foram utilizados pelos "contestadores", tem um sobre o qual quero escrever. Eu falava sobre a semelhança entre os animais. Disse que um porco não diferia de um cão ou mesmo de um gato. E usei aquela famosa indagação: "Se amamos uns, porque comemos outros"? A resposta foi: "Não como cão porque não faz parte da nossa cultura comê-lo. Se fosse, não teria nenhum problema em comer".
Já escrevi, em outras oportunidades, que, para mim, um dos grandes problemas em se aceitar o veganismo funda-se na questão de valores. Valores tem relação com tradição e cultura. Consultei o Houaiss e encontrei essas acepções que se enquadram aqui:
Tradição: "herança cultural, legado de crenças, técnicas etc. de uma geração para outra; conjunto dos valores morais,espirituais etc., transmitidos de geração em geração".
Cultura: "conjunto de padrões de comportamento, crenças, conhecimentos, costumes etc. que distinguem um grupo social".
Como vemos, as tradições fazem parte da cultura de um povo. Penso que é muito importante que essas tradições sejam lembradas para que se preserve a história e possamos entender a origem e evolução do homem. Mas, isso não quer dizer que elas (tradições) não possam ser questionadas, re-avaliadas, re-pensadas, segundo a visão moderna. Hoje, o acesso à informação é muito maior e mais rápido. Já se sabe que uma alimentação vegetariana/vegana é saudável e suficiente para suprir as necessidades fisiológicas do ser humano. Já são conhecidos, e muito difundidos, os maus tratos que são infligidos aos animais nos matadouros, nas granjas, nas fazendas leiteira, de produção de carne e de pele. Então, por que fechar os olhos a essa cruel realidade que os animais vivem e insistir num hábito (comer carne) que torna o homem o mais selvagem dos animais?
Há várias campanhas do PETA (People for the Ethical Treatment of Animals) bem difundidas no meio veg(etari)ano, e bem inteligentes, por sinal, que discutem essa questão das "tradições". Antigamente, era tradição apedrejar (até a morte) mulheres "pecadoras" em praça pública, queimar bruxas em fogueiras, resolver diferenças em duelos, possuir escravos. Todas elas foram superadas porque, felizmente, o bom senso prevaleceu. Por que esse mesmo senso não é capaz de perceber o quão errado está, quando estima a valia dos animais?
Li, recentemente, uma frase de Claude Pasquini, que diz, em poucas palavras, o que estou querendo dizer aqui:
Uma injustiça continua sendo uma injustiça, mesmo que todo mundo a cometa.
Estima-se que o gênero Homo tenha entre 1,5 e 2,5 milhões de anos de existência. Desde então, muita coisa mudou. Suas ancas ficaram mais estreitas, o sistema sudoríparo desenvolveu-se, as pernas mais compridas que os braços, a pilosidade reduziu, presença de branco nos olhos, o cérebro aumentou. A inteligência do homem superou (e supera) todos os limites. Filósofos, matemáticos e cientistas enaltecem a espécie humana. Sobre valores, ética e moral foram escritos vários compêndios e tratados. Contudo, há, ainda, uma semelhança que persiste entre os dois extremos (o selvagem e o civilizado): ambos continuam com pedaços de carne entre os dentes.
Para tornar os meus argumentos mais sólidos, postei, abaixo, um vídeo que contém frases/pensamentos de personalidades reconhecidas pelas atividades que desenvolveram. Assistam e reflitam.